Rede Sociotécnica de Agroecologia do Sertão Norte Mineiro
A trajetória da Rede Sociotécnica de Agroecologia do Sertão Norte de Mineiro remonta ao final dos anos 1980 e ao trabalho desenvolvido pela Pastoral da Terra, pelos sindicatos de trabalhadores(as) rurais e pela Federação de Trabalhadores na Agricultura de Minas Gerais (FETAEMG) na luta contra o trabalho escravo, em um período marcado pelo avanço do desmatamento no Cerrado em função da produção de carvão e pela implantação de extensas monoculturas de eucalipto na região Norte do estado de Minas Gerais. Em 1989 foi fundado o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Gerais (CAA-NM), como uma organização de agricultores(as) e povos e comunidades tradicionais com atuação no campo da assessoria, técnica e social, e no desenvolvimento de estudos e pesquisas nos campos da agroecologia e do desenvolvimento. A Rede Sociotécnica constituída no Sertão Norte Mineiro é integrada por organizações de agricultores (as), assentados(as), povos e comunidades tradicionais, sindicatos de trabalhadores(as) rurais, cooperativas, entre outros atores. Destacam-se como espaços de organização em âmbito regional, o Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Norte de Minas Gerais, a Articulação no Semiárido Mineiro e a Articulação Rosalino de Povos e Comunidades Tradicionais, que conta com a participação de comunidades tradicionais geraizeiras, caatingueiras, quilombolas, vazanteiras, indígenas e veredeiras. O manejo das sementes crioulas e da agrobiodiversidade existente no bioma Cerrado, na Caatinga e na Mata Seca, a produção o processamento e a comercialização de produtos agroecológicos, a garantia dos direitos territoriais, o acesso à água, a valorização e intercâmbio de saberes, a organização das mulheres, a formação e organização dos jovens, figuram como temas mobilizadores da Rede. Esta encontra-se articulada, atualmente, em cerca de 38 municípios da região Norte de Minas Gerais.