Pontes da Terra
Ao percebermos a situação de vários agricultores que de repente não podiam mais vender seus alimentos em feiras locais ou pro PNAE, enquanto ocorria um agravamento da situação de pobreza e fome, percebemos que deveríamos atuar de alguma forma para evitar tantas perdas de alimentos nos campos enquanto o acesso ao alimento (especialmente de qualidade) foi se tornando ainda mais difícil para tantas pessoas dentro de um cenário de desgoverno completo. As pessoas em risco de morrer de COVID-19 e de fome. Assim, em uma videochamada entre amigos (Ana, Elisa, Laís, Gabriela, Tom), se deu a ideia de arrecadar dinheiro para comprar alimentos desses pequenos agricultores e cooperativas de agricultores familiares (de 14 municípios) e distribuí-los através de organizações que atendessem população de rua e pessoas em favelas/comunidades periféricas (em São Paulo e mais outros 3 municípios). Inicialmente o transporte era feito no carro da mãe de Ana (idealizadora do projeto), mas logo viu-se a importância de não ser a mesma pessoa que encontrava com os agricultores e as organizações, para evitar trazer a Covid para o campo, como também porque estava muito pesado para uma mesma pessoa fazer todas as etapas do processo. Assim parceiros voluntários começaram a apoiar com o transporte. Na verdade, lista de parceiros e apoiadores não faltou ao longo de todo o projeto, desde o início. Nesse momento seguimos comprando alimentos e distribuindo, mas agora com a possibilidade de também pagarmos por transporte quando necessário. Além disso, gostaríamos de pensar novas ações para um cenário pós-pandêmico, como atuarmos mais ativamente com hortas urbanas, pensar estratégias de acessibilizar/democratizar o alimento agroecológico e de qualidade para pessoas em estado de insegurança alimentar sem que tenhamos que levar esse alimento de doação da forma como fazemos agora.