Campanha de Solidariedade da Rede Bico Agroecológico


A iniciativa se concetrizou a partir da oportunidade apresentada pela Fundação Banco do Brasil, de apoio a doação de cestas básicas às famílias em situação de vulnerabilidade social na região do Bico do Papagaio, com complementação de um projeto executado pela APA-TO  apoiado por MISEREOR. 
Esta oportunidade respondeu as demandas e preocupações das organizações produtivas e agricultores(as) familiares e comunidades tradicionais que participam da Rede Bico Agroecológico, surgidas com a pandemia do COVID-19.   Nessa nova conjuntura,  os canais de comercialização mais comuns para os/as agricultores/as familiares e quebradeiras de coco, como as feiras semanais, o PNAE foram suspensos, causando impactos imediato na renda familiar.  Paralelamente, ao fechamento dos canais de comercialização, o aumento de desemprego e oportunidades de trabalhos, contribuiram para o agravamento da situação de vulnerabilidade de famílias do campo e da cidade. Muitos membros das famílias retornaram das grandes cidades, onde estavam empregados,  para a casa dos familiares, gerando aumento no orçamento familiar. 
Por outro lado, as organizações produtivas avaliavam que neste momento, mais do que nunca,  era fundamental as famílias em situação de vulnerabilidade social terem acesso a alimentos de qualidade para garantir uma boa saúde. Então, diferentemente, dos  orgão governamentais que doavam cestas básicas, compostas por produtos ultraprocessados e gêneros alimentícios comprados das grandes cadeias de supermercados, as organizações da Rede Bico Agroecológico definiram pela entrega de cestas agroecológicas para as famílias, adquiridas de agricultores/as familiares e quebradeiras de coco babaçu. 
A iniciativa envolveu cooperativas, associações de assentamentos, grupos produtivos agroecológicos, as juventudes rurais, através do GT das Juventudes e sindicatos dos trabalhadores rurais da região do Bico do Papagaio. Foram entregues 1200 cestas agroecológicas, totalizando 21 toneladas de alimentos, produzidos por mais de 70 famílias agroecológicas. 
Os desafios encontrados nessa iniciativa era organizar os gêneros alimentícios e a  sua aquisição, a preparação das cestas e sua distribuição, em apenas um mês, num momento de insegurança e riscos de contágio com relação ao COVID-19.  Para tal, foram definidas os procedimentos para evitar contaminação dos produtos e aglomerações na etapa de entrega das cestas. 
Outro desafio é que haviam alguns produtos que os/as agricultores/as ainda não estavam acostumados a comercializar em varejo. Desta forma, as cooperativas tiveram que investir e se adequar a esta demanda de apresentação dos produtos para a composição das cestas agroecológicas. Reuniões online foram realizadas para planejamento de toda a logística e distribuição das cestas. 
As parcerias e o trabalho em rede  foram fundamentais para garantir a demanda de alimentos para composição das cestas  agroecológicas em tão pouco tempo, além da logística e os recursos humanos necessários para realizar esta ação. 

Anexos

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