Memórias Gráficas
A facilitação gráfica enquanto memória do movimento agroecológico.
A facilitação gráfica vem colorindo a agroecologia no Brasil há mais de 10 anos, apoiando o diálogo de saberes, a construção do conhecimento agroecológico e a comunicação popular do movimento agroecológico. O Projeto Memórias Gráficas da Agroecologia nasceu do desejo de reconstruir a história do movimento agroecológico a partir dos principais painéis de facilitação gráfica elaborados em eventos, encontros e projetos das organizações do movimento agroecológico. O Projeto é uma iniciativa do Agroecologia em Rede (AeR) e da Agenda de Saúde e Agroecologia animada pela Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela viabilização financeira dessa iniciativa. Além disso o projeto conta diretamente com a colaboração da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA).
Por meio da catalogação dos painéis de acordo com as temáticas relacionadas ao campo agroecológico, foi possível evidenciar histórias e metodologias construídas pelos facilitadores e facilitadoras gráficos e pesquisar a contribuição da facilitação gráfica para o fortalecimento da agroecologia no Brasil. Ao todo, foram coletados e catalogados 167 painéis gráficos de 36 eventos promovidos por organizações do movimento agroecológico, produzidos por 53 facilitadoras/es espalhados por todo o país.
A facilitação gráfica é uma metodologia de sistematização visual de ideias. Orientada pelo pensamento visual é uma forma de apresentar as ideias de forma visualmente organizada, com palavras e desenhos, utilizando ilustrações, ícones, conexões, fluxos, mapas, listas, sequências e gráficos, agrupando e hierarquizando as informações, facilitando assim analisar e sistematizar conhecimentos. Os painéis gerados, que podem ser feitos em papéis ou digitalmente, podem apoiar em processos de planejamento, inovação, tomadas de decisão, resolução de problemas complexos, mediação de conflitos, registro e memória de diálogos, aprendizagem de conceitos, além de estimular o comprometimento de grupos e comunidades no alcance de objetivos, ao provocar inspiração e encantamento. Os desenhos não precisam ser bonitos, precisam aumentar a compreensão das pessoas sobre um assunto. É mais sobre ideias do que sobre arte.
Para o Agroecologia em Rede (AeR), os painéis são sínteses de processos coletivos de construção de conhecimento agroecológico. Expressões de diálogos, da inteligência coletiva e da diversidade que constrói a agroecologia no Brasil, eles são muito mais que produtos estáticos de encontros e eventos. Os painéis são importantes instrumentos de comunicação da agroecologia enquanto ciência, prática e movimento social e podem ser utilizados para múltiplos fins. Ao longo da trajetória de construção do movimento agroecológico e do fortalecimento da comunicação popular, a facilitação gráfica foi mostrando-se fundamental para ampliar o diálogo entre a linguagem acadêmica e a linguagem popular, potencializando o diálogo de saberes entre pessoas com diferentes repertórios, como educadores e estudantes, pesquisadoras/es e agricultoras/es. Os painéis são capazes de construir uma compreensão compartilhada da agroecologia.
Acesse aqui os painéis gráficos que foram desenvolvidos ao longo da história do movimento agroecológico!
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