A FOGUEIRA DE SÃO PEDRO
A história da Fogueira de São Pedro nos foi contada por Sebastião Estevão, o Tião Farinhada. Farinhada educador e artista popular de uma família de afro-brasileiros, ou de afro-Puris como ele se reconhece, oriunda do município de Divino -MG. Nasceu na comunidade rural de São João do Norte onde morou até os 11 anos de idade e estudou até a quarta-série em uma escolinha rural localizada em Córrego dos Brum. Seus pais, conta ele, são pessoas católicas e que têm muita devoção nos santos populares. Suas tias eram guardiãs da cultura afro-brasileira, como sua Tia Francisca que era benzedeira e tinha uma ligação forte com o Terreiro, inclusive sendo responsável por uma casa de São Jorge.
No ano de 1976, ano em que Farinhada nasceu, sua mãe fez uma promessa a São Pedro para um de seus filhos e para seu companheiro que estavam, à época, adoecidos. Quando sua graça foi alcançada, fez o compromisso de que enquanto vida tivesse, ela e seu marido iriam fazer uma fogueira a São Pedro e servir alimentos para as pessoas, sem cobrar nada, em todo dia 28 de junho. Desde então, já fazem 39 anos ininterruptos que a família promove essa festa que envolve tanta gente, porque a promessa se refaz a cada ano e o levantamento do mastro é também momento em que as pessoas reanimam seus votos de fé. A festa é fé e a promessa se mantém e se renova na Cultura Popular, porque esta envolve as pessoas e elas participam não só do momento de uma festa pronta, mas de todos os seus processos.