Pastoreio Racional Voisin nas Unidades Experimentais: Barro Preto e Camundá
Consiste, basicamente, na divisão do pasto em 60 piquetes (no mínimo). O gado fica 2 dias na época das chuvas e 1 dia na época da seca, por mês, em cada piquete. A rotação depende do estado físico que se encontra o piquete. Nos outros 28/29 dias o piquete descansa e o solo tem tempo para descansar e recuperar. Há bebedouros de água dentro dos piquetes, evitando o impacto e poluição do gado nos cursos dágua. O gado esterca dentro do piquete, realizando a adubação natural e diminuindo os impactos e custos com adubação química. A rotação quebra o ciclo de vida de parasitas como o carrapato, diminuindo os custos com remédios químicos. O tamanho dos piquetes é o suficiente para que o gado não fique pisoteando e sim coma o que tem perto de si, o que diminui o nível de compactação do solo. Não se faz plantio de capim, utiliza-se o que tem na propriedade, pode-se colocar sementes no meio da ração do gado para que quando defeque no piquete a semente possa brotar. Manchas de fertilidade vão surgindo a medida que o solo se recupera, forragens que necessitam de um solo melhor vão aparecendo e estudos no Paraná mostraram que em 5 anos, em média, o projeto se auto sustente. Árvores são plantadas dentro dos piquetes para formação de sombra para melhoria da qualidade do ambiente para o gado, pode-se também criar áreas de lazer porém essas áreas tendem a ficar compactadas com o passar do tempo. O especialista no sistema Gabriel Raia, que realizou projetos e estudos no Paraná e orientou esse projeto em Carrancas, explica que somente pela melhoria do bem estar animal, disponibilizando-se água e sombra nos piquetes já garantem aumento na produção de leite. Portanto, diminui-se os custos e os impactos ambientais, aumenta-se a produção, a fertilidade do solo, o bem estar animal e a qualidade de vida dos agricultores familiares.