MULTIPLICAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE SEMENTES DE MILHO CRIOULO: AUTONOMIA PARA O PEQUENO AGRICULTOR DO NORTE DE MINAS.

As variedades crioulas atendem a um dos princípios básicos da Agroecologia que é o de desenvolver plantas adaptadas às condições locais da propriedade, capazes de tolerar melhor às variações ambientais e ataque de organismos prejudiciais. Outro aspecto importante consiste na maior autonomia do agricultor, que pode coletar as sementes destas variedades e replantá-las na safra seguinte, adquirindo maior independência do mercado de insumos além de gerar um material que com toda sua variabilidade genética se torna cada vez mais vigoroso e adaptado ao seu tipo de solo e clima. Até agosto de 2003, a legislação em vigor no Brasil criminalizava o uso das sementes crioulas. Graças à pressão exercida por grupos de pequenos/as agricultores/as, movimentos sociais e associações, em 5 de agosto de 2003 foi aprovada a Lei no. 10.711 que reconhece a existência desse tipo de semente e abre a possibilidade para a sua possível comercialização. Objetivou-se com este trabalho incentivar a melhoria da Tecnologia, Produtividade e Lucratividade por parte do agricultor familiar, viabilizando a sustentabilidade e a fixação da mão-de-obra na nossa região, além de estímulo à integração de produtores, técnicos, professores, pesquisadores, estudantes e demais pessoas A possibilidade de comercialização dessas sementes por meio da associação de agricultores representa uma segunda fonte de renda dos associados.. Foi realizado na 18a Semana do Produtor Rural curso tratando multiplicação de sementes de variedades de milho crioulo. E vem sendo desenvolvido o acompanhamento da qualidade das diferentes etapas de produção de sementes produzidas no município de Porteirinha-MG, além do resgate dos hábitos caseiros de produção e conservação de sementes nas propriedades rurais.