Encauchados de Vegetais da Amazônia

Os Encauchados de Vegetais da Amazônia são uma tecnologia social, certificada e premiada pela Fundação Banco do Brasil em 2007. Encontra-se disponibilizada pela Rede de Tecnologias Sociais - RTS desde 2005 e está publicada no Banco de Tecnologias Sociais – BTS daquela Fundação. Desenvolvida no Estado do Acre na interação com índios e seringueiros, constitui-se em mais de 10 processos produtivos, alguns de conhecimento indígena e popular e outros de conhecimento científico. Utilizam como matérias primas, o látex nativo, as fibras e os corantes vegetais, colhidos através de um manejo comunitário, seletivo e de baixo impacto. Tecnologias industriais, como a vulcanização da borracha e a fabricação de compósitos poliméricos, adaptadas e aprimoradas para uso no rústico ambiente florestal e técnicas indígenas ancestrais de manuseio do látex, combinados, consolidam-se em um novo e sustentável sistema produtivo. Com técnicas totalmente artesanais, os produtos gerados são de fontes renováveis e biodegradáveis. O sistema produtivo convencional da borracha amazônica tornou-se obsoleto, arcaico e insustentável, ao fabricar uma matéria prima bruta, que depende de outros atores da cadeia produtiva, para se transformar em um artefato, além de ter que competir com a borracha produzida em seringais de cultivo, com maior produtividade e mais próximos dos centros consumidores. Com pesquisa, desenvolvimento e inovação, os encauchados de vegetais são produtos prontos para o mercado, fabricados pelos próprios extrativistas e colocados no mercado diretamente pelas organizações de base. Ao fabricar embalagens, pastas, bolsas, brindes, jogos americanos, utilidades domésticas, entre outros, tendo a seu favor, para a abertura de mercado, o apelo social, cultural e ambiental, não estão competindo diretamente com os produtos gerados pelas indústrias de borracha. A tecnologia social dos encauchados de vegetais da Amazônia encontra-se atualmente sendo pesquisada, difundida e aplicada, por meio de 05 (cinco) diferentes projetos financiados pelas seguintes instituições e programas: a) Programa Desenvolvimento & Cidadania Petrobras e parceria com UFAC/Centro de Filosofia e Ciências Humanas e Centro de Antropologia e Arqueologia Indígena da Amazônia Ocidental, CNPq, PPTAL, FUNAI-AER de Rio Branco e Fundação Banco do Brasil: Assistência técnica/tecnológica para 11 (onze) unidades produtivas implantadas em 03 (três) Terras Indígenas abrangendo todas as aldeias Kaxinawá e Shanenawa, localizadas no município de Feijó (AC), e 06 unidades implantadas nas seguintes localidades: . Terra Indígena Kaxinawá do rio Humaitá, em Tarauacá (AC); . Aldeia Apurinã, Terra Indígena Apurinã, no município de Boca do Acre (AM); . Terra Indígena Kaxarari, no município de Porto Velho (RO); . Seringal Novo Encanto, no município de Lábrea (AM); . Comunidade Maguari, no município de Belterra (PA) . Granja Marathon, em São Francisco do Pará (PA). b) Programa Biodiversidade Brasil – Itália: 07 (sete) unidades produtivas na comunidade Zirmão da Reserva Extrativista do Cazumbá – Iracema, em Sena Madureira (AC); c) Banco da Amazônia: 01 unidade demonstrativa e pedagógica para difusão e popularização da tecnologia, no Campus da Universidade Federal do Acre, junto ao Centro de Antropologia e Arqueologia Indígena da Amazônia Ocidental, financiado pelo Banco da Amazônia, como resultado do Prêmio Prof. Samuel Benchimol 2006 de Desenvolvimento Sustentável para a Amazônia, servindo para difundir e popularizar a tecnologia entre professores, alunos, visitantes, parceiros, índios e seringueiros, permitindo que todos conheçam e possam apoiar a iniciativa; e) CNPq por meio do Edital MCT/CNPq/MDA/SAF/MDS/SESAN - Nº 36/2007 - Seleção Pública de Propostas para Apoio a Projetos de Extensão Tecnológica Inovadora para Agricultura Familiar, 02 unidades coletivas, 01 (uma) no Núcleo do Cazumbá, na Reserva Extrativista do Cazumbá Iracema, em Sena Madureira (AC) e outra na TI Kaxarari de Vila Extrema, em Porto Velho (RO); f) SEBRAE/AC, 01 unidade na Comunidade Arraial dos Burros no PAE Santa Quitéria em Brasiléia (AC); e g) SEBRAE/PA, 01 unidade na Vila Modelo, PA Luiz Lopes Sobrinho, em São Francisco do Pará (PA); Hoje, temos como resultados 580 postos de trabalho, gerando oportunidades de trabalho, incremento na renda local e melhoria da qualidade de vida da população ennvolvida. Toda a produção gerada pelos projetos estão sendo comercializados localmente, na Casa do Artesão em Rio Branco e em feiras e eventos a nível nacional, por preços acima de R$ 50,00/kg de borracha, assegurando, após deduzidos os custos de produção, uma renda mínima mensal por pessoa de R$ 600,00, que lhes garante maior autonomia financeira e melhor qualidade de vida em suas próprias comunidades. No sistema convencional a borracha bruta está sendo comercializada localmente, com subsídios da CONAB, por R$ 3,50/kg. Temos como objetivo que as unidades, no final dos projetos, sejam autogestionadas, através da implantação de planos de negócios, onde a própria comunidade assuma integralmente o projeto, produzindo e comercializando com autonomia diretamente com o mercado através de suas organizações de base. A tecnologia social dos Encauchados de Vegetais já foi reconhecida pelas seguintes instituições; . Prêmio Prof. Samuel Benchimol 2006, na categoria econômica/tecnológicaç . Prêmio Tecnologias Sociais 2007 da Fundação Banco do Brasil, na categoria Região Norte; . Prêmio FINEP 2007 de Inovação Tecnológica na categoria Inovação Social e Processo na Região Norte; . Prêmio FINEP 2008 de Inovação na categoria Tecnologia Social na Região Norte; . Prêmio Equatorial 2008 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD;