Cobertura Vegetal - uma alternativa que produz vida
Seu Nério Gomes é morador do Assentamento Roseli Nunes, município de Mirassol D'Oeste, em Mato Grosso. Ele participa da Associação Regional de Produtores Agroecológicos (ARPA), que envolve 66 famílias do sudoeste do Estado. No assentamento trabalha com mais 6 famílias em uma horta que ocupa aproximadamente 1 hectare. A terra onde foi implantada a horta porém é muito arenosa gerando muitos problemas com erosão, perda de fertilidade, perda de água e enfraquecimento de todo sistema. O grupo decidiu que o caminho seria então proteger a terra, não a expondo diretamente ao sol, evitando o ressecamento ao utilizar algum tipo de cobertura que fosse capaz de reter mais umidade nos canteiros. No início utilizaram feijão de porco nas entrelinhas dos cultivos de plantas como o jiló, a berinjela, o pimentão e o quiabo, o que aumentou a cobertura da terra e facilitou na limpeza da área. Para os canteiros foram utilizados restos de palhadas de qualquer material vegetal para cobrir e proteger a terra. Iniciaram com restos de palhada de arroz, de folha de babaçu, de capins e dos restos de cultura provenientes da limpeza dos canteiros e das imediações, e o próprio consorciamento das plantas do canteiro, não deixando nunca solo descoberto. Com o melhor aproveitamento da área e com as medidas de proteção do solo, o grupo percebeu que a terra permanecia úmida por mais tempo, pois diminui o escoamento da água pela superfície da terra. Mesmo depois de dois dias sem irrigação, ela ainda permanecia molhada, e com isso estava propiciando uma melhor vida para as plantas e também economia da água. Seu Nério explica que o possível aumento de mão-de-obra na colocação da cobertura vegetal é compensado na redução do tempo de irrigação e da limpeza de toda área, visto que diminui a necessidade de irrigações e a incidência de plantas não desejadas.