Proteção de fonte: trabalho simples que garante quantidade e qualidade de um dos elementos mais importantes para a vida
Famílias agricultoras do município de Santa Maria do Oeste, na região central do Paraná, estão desenvolvendo experiências que garantem o abastecimento de água de qualidade e evitam a contaminação e até a extinção das minas d’água. A família do agricultor Valdivino Delgado sempre teve vontade de desenvolver um trabalho de proteção e preservação da fonte da comunidade onde moram. O motivo principal é que as grandes propriedades e áreas arrendadas ao redor da chácara da família utilizam agrotóxicos na lavoura, que é quase toda de soja convencional, senão transgênica; aumentando os riscos de contaminação das nascentes e dos riachos. Contando com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), a família de Valdivino finalizou a proteção da fonte em 2004, e desde então a propriedade virou uma referência na vizinhança, recebendo muitas visitações. A área da chácara é de 6 alqueires, sendo que 2 são utilizados para cultivo de milho, feijão, batatinha, batata-doce, mandioca, pepino e etc (com baixíssimo uso de adubos químicos); 3 alqueires de reserva de mata nativa; e o restante é área de pasto para produção de leite. Jacira Edite Delgado diz que a água voltou a ser cristalina e não tem mais gosto de barro. O técnico Verci Galvão Rodrigues, do STR, orienta os agricultores para que cerquem com arame liso o local da mina d’água, impedindo o acesso dos animais que podem contaminar a água com as fezes. Sebastião Gomes, outro agricultor, canalizou a água do reservatório, tampou a mina e agora possui água de qualidade. O casal Joel e Talita Maia também tampou sua mina, e sempre verificam as condições da estrutura de proteção, a quantidade e a qualidade da água, realizando testes de laboratório que identifiquem a presença de substâncias químicas ou poluentes.