O sistema agroflorestal do Ângelo e da Lourdes
Seu Ângelo e dona Lourdes moram na comunidade dos Lanas, em Araponga, Minas Gerais. Em 1995 eles implantaram um sistema agroflorestal em uma área de um hectare de café de 15 anos. No terreno, tinham 1200 pés de café com espaçamento de 3,0 x 1,5 metros. Na época da introdução das árvores, o café foi recepado. Hoje, são aproximadamente 200 árvores plantadas nesta área, com predominância de fedegoso, papagaio, capoeira branca e abacate. Quando viram que o sistema ficou muito adensado, eles foram raleando. O café do sistema agroflorestal apresenta folhas grandes e verdes, e muito menos pragas e doenças do que o cultivado de forma convencional. E a produção também foi melhor, 4 sacas (15 arrobas). Garante que as árvores ajudam a segurar o vento e diminuir a erosão, retendo a água no solo. Além do café, o sistema agroflorestal também produz abacate, que serve para comercialização, consumo próprio, alimento para os animais, para fazer sabão e até como adubo. Ângelo poda as árvores de seis em seis meses para não deixar o café muito sombreado; corta os galhos, pica e os espalha sobre a terra. Sempre corta a copa das árvores para ficarem acima do nível do café. Ele já adubou a terra com cama-de-frango, esterco de gado, aplica supermagro misturado com urina de vaca de 2 a 3 vezes por ano, e joga palha de feijão uma vez por ano. O agricultor prefere as árvores que perdem as folhas na época seca, que coincide com o período da florada, quando o café precisa de mais luz. O casal obtém ainda de seu SAF o abacate, café, cana-de-açúcar, banana, madeira, ingá e soja. Produtos que são consumidos e vendidos.