Controle agroecológico de pragas agropecuárias e de ectoparasitas em bovídeos e equinos: as experiências dos produtores rurais, como as do Sr. Vicente Ferreira da Costa, e o Projeto Viverde
A atividade econômica principal do município de Entre Rios de Minas/MG é a bovinocultura de leite. O manejo sanitário do rebanho, principalmente o controle de pragas, era baseado na aplicação maciça de agrotóxicos. A progressiva perda de eficácia dos pesticidas sintéticos, pelo surgimento de populações de pragas resistentes às bases químicas, gerava graves problemas. Os criadores se viam forçados a, cada vez mais, aumentar as concentrações dos praguicidas e/ou a reduzir o intervalo entre as aplicações, o que representa um aumento significativo nos custos de produção, além do grave risco de contaminação do trabalhador rural, dos animais, do meio ambiente e dos alimentos produzidos. O Sr. Vicente Ferreira da Costa brindou o Curso de Agricultura Orgânica realizado na comunidade rural de São José das Neves, nos dias 23 a 25 de outubro de 2002. Surpreso e entusiasmado ao tomar ciência que a sua propriedade possuía as soluções para as pragas agropecuárias, desde então o Sr. Vicente nunca mais precisou utilizar agrotóxico, além de propagar os conhecimentos à Comunidade. Eficiência, simplicidade e baixo custo econômico e operacional são os aspectos fundamentais na orientação tecnológica à agricultura familiar, que faz do “Controle agroecológico de pragas agropecuárias e de ectoparasitas em bovídeos e eqüinos” ser adotado por cerca de 480 pequenos produtores familiares de Entre Rios de Minas, uma redução estimada de 40% no uso de agrotóxicos no Município. A Escola Estadual Dom Rodolfo, em parceria com a Prefeitura Municipal, a Cooperativa Agropecuária de Entre Rios de Minas, o Jornal Correio de Minas e a EMATER-MG, estimulados pelos êxitos do Sr. Vicente e de outros campesinos agroecológicos, viu nascer o “PROJETO VIVERDE”. Trata-se de um viveiro escolar destinado à produção de mudas de espécies vegetais estratégicas, valiosas “ferramentas verdes” na busca de soluções simples para os graves problemas enfrentados pelos produtores rurais. É uma preciosa contribuição ao desenvolvimento sustentável da agropecuária e insere a Escola no processo de preservação da natureza, inaugurando uma nova proposta de educação ambiental participativa, que estimula as crianças a permanecer no âmbito escolar e proporciona qualificação profissional.