Banco de sementes comunitário: a experiência de São Tomé, Alagoa Nova

O Banco de Sementes Comunitário de São Tomé, do município de Alagoa Nova-PB é resultado do trabalho e da necessidade da comunidade liderada por José Oliveira Luna, o Zé Pequeno. Desde garoto Zé Pequeno aprendeu a importância de guardar sementes, já que seu pai tinha silos para abastecer a família e os vizinhos. Em 1974, quando se mudou para São Tomé, Zé Pequeno em parceria com a Igreja fundou o Banco de Sementes Comunitário. A partir de 1975 a comunidade já podia se auto-abastecer, o que acontece até hoje. O Banco, que já chegou a atender 150 famílias, contava em 2003 com 51, já que muitos agricultores entenderam que era melhor armazenar as sementes dentro da própria casa, deixando o Banco para as famílias mais necessitadas. Para participar do Banco, o agricultor que pega a semente emprestada leva na primeira vez 10 kg de semente e paga 15 kg. O sócio vai aumentando aos poucos a quantidade de sementes até chegar a sua meta de plantio. Quando passa a depositar suas sementes no Banco, pode negociar as variedades que deseja plantar. Uma comissão independente da associação comunitária é responsável pela gestão do Banco, o que é considerado chave para seu sucesso. Em 2003, Zé Pequeno cedeu uma parte de seu terreno para a implementação de um campo de multiplicação de sementes. Foram plantadas 6 kg de milho pontinha, 6 kg de fava de orelha-de-vó, 3 kg de fava cara larga, 20 kg de feijão carioca e 15 kg de feijão preto pajeú. Os cultivos na comunidade são caracterizados pela enorme diversidade de espécies. O Banco hoje possui diversos silos fabricados por seus sócios, com tamanhos diferentes para guardarem de maneira mais eficiente as sementes. A comunidade reconhece a importância do Banco para a garantia da quantidade, qualidade, diversidade e disponibilidade das sementes.