Agrofloresta: uma semente para a agricultura familiar no Vale do Rio Doce
Agricultoras e agricultores familiares desenvolvem experiências com agrofloresta no Vale do Rio Doce, leste de Minas Gerais. A área já foi pastagem e plantação de verduras. O uso de agrotóxicos e adubos químicos deixou a terra fraca. Para recuperação do solo foram plantados em linha, inicialmente limão, banana, sombreiro, gliricídia, graxa, ingá, leucena, amora. Quando a área ainda era aberta plantaram milho. Árvores como a leucena que são espécies primárias, não ficam para sempre. Vão enfraquecendo aos poucos para dar lugar a outras como cedro, jacarandá, ipê, ingá e muitas árvores frutíferas, que são secundárias. Eles fazem consórcios de banana, amora, coco, cedro, jacarandá, ingá. Quando a agrofloresta já está bem fechada, parecida com uma mata, eles podam para permitir a entrada de luz embaixo onde é plantada a horta, o abacaxi e os adubos verdes. Os galhos maiores são usados como lenha e os mais finos com folhas são usados de alimento para as cabras e os bodes. Boa parte das folhas e galhos ficam no solo para protegê-lo. São feitos outros manejos também como roçadas e o controle de formigas, que é feito amarrando uma borracha no pé do limoeiro. Os agricultores fizeram um relatório das árvores que existiam e que eles não têm hoje como braúna e peroba. Depois foram para a área contar as espécies que eles têm atualmente. Estava havendo muita erosão, a terra estava descendo e “entupindo” os córregos. O primeiro trabalho foi colocar bambus em fileiras contra a água para diminuir um pouco a terra. Eles têm um viveiro com mudas para reflorestamento das margens do Rio Doce. A recuperação da microbacia visa atingir toda a comunidade. As mulheres fazem também o beneficiamento das frutas produzindo doces.