Banca de produtos agroecológicos

A Associação dos Trabalhadores da Agrovila Nova Esperança e o CAATINGA realizaram um diagnóstico participativo e constataram a necessidade de perfurar um poço. O objetivo era disponibilizar água para o consumo das famílias, dos animais e para os cultivos. Em 2001 perfuraram um poço com vazão de 4.800 l/h e fizeram a análise físico-química da água, que indicou ser imprópria para irrigação. A proposta foi a diluição dessa água com a de um riacho e a utilização de práticas agroecológicas para amenizar os efeitos da salinização. A produção seria comercializada em uma banca na feira local. Para isso foram capacitadas 21 famílias para trabalhar na horta agroecológica. A área destinada ao plantio estava compactada por ocasião de uma terraplanagem. Para a descompactação do solo foram utilizadas xibancas e picaretas e feito o plantio de leguminosas - mucuna preta, mucuna branca, crotalária juncea, feijão guandu. As famílias transportaram o esterco e a cobertura morta para a área e demarcaram os canteiros. Foram feitos 10 mil litros de biofertilizante (BIOGEO) para a fertirrigação dos canteiros. Para controlar o ataque de pragas, adotaram técnicas alternativas como o uso de plantas repelentes, de inseticidas vegetais, o plantio consorciado e a rotação de culturas. Durante oito meses, os agricultores produziram e comercializaram alface, coentro, pimentão, cebolinha, pepino, abóbora, pimenta, tomate, milho e feijão. A área destinada à horta da Agrovila Nova Esperança se tornou uma referência, e passou a receber visitas de outras comunidades. Os visitantes aprovaram o uso do BIOGEO, da coberta morta, dos inseticidas vegetais e compreenderam a importância da diversificação dos cultivos e do associativismo como forma organizativa dos trabalhadores.